Autor: Eraldo Costa
A influência cada vez mais marcante das redes sociais no ambiente político tem se revelado um desafio significativo para candidatos e especialistas em marketing político. Essas plataformas, de maneira gradativa, estão suplantando as mídias tradicionais, tais como jornais, televisão e rádio, exercendo uma influência decisiva nos resultados eleitorais. Esta mudança substancial exige uma pronta adaptação por parte dos pré-candidatos e candidatos.
Reconfigurando o Paradigma: Redes Sociais x Mídias Tradicionais
A transição do foco da atenção do eleitorado das mídias tradicionais para as redes sociais representa um marco significativo nas estratégias eleitorais. A disseminação instantânea e personalizada de informações pelas mídias sociais tem redefinido a dinâmica das eleições. As estratégias digitais emergem como protagonistas, conferindo às agências de marketing político um papel essencial na fase pré-campanha.
Impulsionamento Eleitoral e os Rigores do TSE
Desde 2018, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autoriza o impulsionamento durante o período eleitoral, contudo, sob regulamentações rigorosas. O emprego do CNPJ da campanha, a inclusão do rótulo de propaganda eleitoral e a obrigatoriedade de que o pagamento seja efetuado pelo candidato ou partido são requisitos inquestionáveis, conforme delineado pela Lei das Eleições e pela Resolução 23.610/2019.
Desafios na Pré-Campanha: O Vácuo Legal e Recomendações Estratégicas
Apesar da clareza normativa para o período eleitoral, um vácuo legal emerge quando se trata do impulsionamento na pré-campanha. Comumente, a pré-campanha é considerada a partir de 1º de janeiro do ano eleitoral, estendendo-se até a convenção partidária. Entretanto, a interpretação subjetiva do Direito Eleitoral requer cautela dos candidatos, evitando investimentos desproporcionais que possam comprometer a disputa.
Estratégias para um Impulsionamento Eficaz na Pré-Campanha
- Optar pelo impulsionamento através do CPF do pré-candidato, assegurando que o pagamento seja realizado via boleto em seu nome.
- Configurar adequadamente nos provedores, incluindo validação da identidade no Facebook (não a ser confundida com o selo azul) e a criação do rótulo de conteúdo político.
- Evitar excessos nos investimentos e produção da peça publicitária. A orientação é não ultrapassar 10% do teto estabelecido para o cargo almejado na campanha eleitoral.
- Cautela com relação a pedidos explícitos ou implícitos de voto, evitando expressões como “apoiem” e “elejam”.
- Utilizar o impulsionamento estrategicamente para testar públicos e narrativas, ampliando a base de dados e construindo reputação.
TSE e a Supervisão Contra Abusos de Poder Econômico
Os pronunciamentos dos ministros Alexandre de Moraes e Edson Fachin, do TSE, sublinham a importância da prudência na pré-campanha. A ênfase recai sobre a necessidade de equilíbrio de forças, desencorajando investimentos desmesurados pelos grandes e ricos partidos que possam comprometer a integridade do pleito. Apesar da permissão para impulsionamentos na pré-campanha, a igualdade de forças é um ponto de destaque.
Em síntese, a pré-campanha requer uma abordagem criteriosa e ética por parte dos candidatos e profissionais de marketing político. As redes sociais desempenham um papel cada vez mais determinante na arena política, e a adaptação a essa realidade dinâmica é crucial para antecipar-se e conectar-se efetivamente com os eleitores, fazendo a diferença entre o sucesso e a derrota.
Fonte: www.tse.jus.br / Crédito de imagem -Tarso Araujo – editor do leia sempre