Redator: Eraldo Costa
O governador do estado de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) declarou nesta terça-feira (28) que os trabalhadores do Metrô, da CPTM e da Sabesp que não seguiram a decisão judicial de manter pelo menos 80% do sistema de transporte em operação serão punidos.
“A decisão foi solenemente ignorada. A gente enumerou as pessoas que deveriam trabalhar no horário de pico. E não foi seguido. Após a greve, vamos aplicar medidas. A gente está pagando os salários. Não podemos tolerar indisciplina”, afirmou o governador. Para evitar impactos à população, a Justiça determinou que 80% dos serviços do Metrô e 85% da CPTM devem operar nos horários de pico, com 60% nos demais períodos, sob pena de multas diárias de R$ 700 mil e R$ 600 mil, respectivamente.
Tarcísio pretende “sancionar” individualmente os funcionários que desrespeitarem a decisão judicial. “Vamos designar os servidores que terão de cumprir a ordem judicial. Quem vai ter que cumprir aquele percentual? (Serão os servidores) A, B, C, D. Vamos fazer essa designação. Porque é importante a gente descobrir quem descumpriu a ordem judicial. Não o sindicato, não a coletividade. Qual é o servidor que se recusou a cumprir a ordem judicial”, afirmou o governador.
A greve, a segunda em dois meses, protesta contra o plano de privatizações do governo paulista para o Metrô e a CPTM. Trabalhadores da Sabesp também aderiram ao movimento. Tarcísio descartou a possibilidade de liberar as catracas do sistema de transporte sobre trilhos, justificando que isso poderia resultar em acidentes.
Movimento Unificado Contra Privatizações se Manifesta Contra Ameaças de Tarcísio
O movimento unificado contra as privatizações dos serviços públicos em São Paulo anunciou que tomará medidas judiciais contra a tentativa do governador Tarcísio de Freitas de individualizar as manifestações grevistas.
Em coletiva de imprensa, Tarcísio afirmou que penalizará individualmente metroviários e ferroviários que participam da greve. Camila Lisboa, presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, criticou a abordagem do governador, classificando-a como “antidemocrática”.
O movimento informou que, caso o governador não suspenda os projetos de privatização, as mobilizações grevistas e outras formas de manifestação continuarão. Tarcísio pretende privatizar todas as linhas do Metrô e da CPTM que ainda não foram desestatizadas.
José Antonio Faggian, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema), destacou que o movimento significa a defesa do direito da população ao saneamento e à água tratada. Reforçou que a privatização da Sabesp não possui argumentos razoáveis.
Helena Maria da Silva, vice-presidente do Sintaema, enfatizou que o projeto de privatização da Sabesp foi aprovado nas comissões “praticamente sem alterações”. O movimento considera a política de entrega e desmonte proposta por Tarcísio prejudicial ao estado.
Em resposta, Tarcísio de Freitas em suas redes sociais classificou a greve como “ilegal e abusiva”, acusando a minoria de tentar colocar a população refém por motivos políticos e corporativistas. Ele afirmou que a greve representa irresponsabilidade e crueldade com os usuários do transporte público.
Fonte: www.brasildefato.com.br