Redator: Eraldo Costa
Na última terça-feira (16/04), o Ministério Público de São Paulo (MPSP) desencadeou a Operação Muditia, visando desmantelar um esquema de fraudes em contratos públicos que beneficiava empresas associadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC). As principais empresas investigadas são a Mova Empreendimentos, registrada em nome de Joyce da Silva Caetano, Java Comercial e Serviços Eireli, registrada em nome de Wellington Costa, e a empresa Vagner Borges Dias ME, de propriedade de o empresário e cantor Vagner Borges Dias , conhecido como “Latrell Brito”. Todas as empresas foram alvos de mandados de prisão na operação.
Contratos com Prefeituras, Câmaras Municipais e Governo do Estado sob investigação
O principal alvo da operação é o empresário e cantor de pagode com quase 1 milhão de seguidores no Instagram Vagner Borges Dias, colaconhecido como “Latrell Brito”, apontado como líder do esquema.Os contratos fraudados totalizam aproximadamente R$ 200 milhões. A investigação revelou que a empresa Vagner Borges Dias ME, teve um aumento substancial em seu ativo durante o período em que obteve contratos, direta ou indiretamente, por meio de empresas vinculadas a funcionários de Latrell. Esses contratos eram para a prestação de serviços de limpeza, vigilância e fiscalização para prefeituras, câmaras municipais e o governo estadual.
Prisões e mandados cumpridos
Na operação, foram presos três vereadores: Ricardo Queixão (PSD), de Cubatão; Flavio Batista de Souza (Podemos), de Ferraz de Vasconcelos; e Luiz Carlos Alves Dias (MDB), de Santa Isabel. Além disso, foram cumpridos 13 dos 15 mandados de prisão temporária e 42 ordens de busca e apreensão. Entre os itens apreendidos estão R$ 600 mil em espécie, R$ 3,5 milhões em cheques e US$ 8,7 mil, além de armas, munições, celulares e computadores.
Modus operandi das empresas ligadas ao PCC
O grupo sob investigação utilizava empresas “parceiras” controladas por pessoas ligadas ao PCC ou por laranjas para atender aos interesses da facção, que influenciava na escolha dos vencedores das licitações e na divisão dos valores ilicitamente obtidos. Embora não haja uma conexão direta com outra operação recente, a Operação Fim da Linha, que investiga empresas de ônibus em São Paulo, ambas evidenciam o envolvimento do PCC em contratos públicos de grande valor.
Importância do compliance para evitar corrupção e fraude
As recentes operações, como a Operação Muditia e a Operação Fim da Linha, ressaltam a diversificação das atividades do crime organizado e a necessidade de uma ação conjunta das autoridades para combater essas organizações. A sofisticação das operações dessas facções, agora envolvendo licitações públicas, destaca a importância do compliance. Um programa eficaz pode ajudar a prevenir, detectar e corrigir irregularidades, promovendo uma cultura de integridade e transparência nas prefeituras e órgãos públicos para evitar novos casos de corrupção e fraude.
Fonte: www.metropoles.com / imagem: mpsp.mp.br divulgação