PL 1904 prevê penas mais severas para mulheres que abortam mesmo sob judice: Veja como algumas celebridades estão se posicionando.
Redator: Eraldo Costa
O Projeto de Lei 1904, que propõe penas mais severas para mulheres que realizam aborto após a 22ª semana de gestação, está gerando divisões de opiniões em todo o Brasil e causando agitação nas redes sociais. O projeto equipara o aborto a um crime hediondo e a um crime de homicídio, resultando em uma pena maior para a vítima do que para o suposto estuprador. Essa proposta tem levantado debates acalorados e despertado diversas opiniões.
O Projeto de Lei 1904, tem gerado grande repercussão nas redes sociais. Diversas celebridades manifestaram suas opiniões, tanto a favor quanto contra a proposta, alimentando um intenso debate sobre os direitos das mulheres e a questão do aborto no Brasil. Conheça a opinião de algumas celebridades.
Ana Paula Padrão: Crítica ao PL 1904
A jornalista Ana Paula Padrão expressou forte oposição ao Projeto de Lei 1904, destacando o preocupante cenário de estupros no Brasil. De acordo com Padrão, cerca de 75 mil mulheres são vítimas de estupro anualmente, muitas delas crianças, frequentemente atacadas por parentes próximos. Ela argumenta que a aprovação do projeto penalizaria ainda mais essas vítimas.
“O Brasil é um país onde 75 mil mulheres são estupradas anualmente. A maioria são crianças, e muitos dos agressores são parentes próximos. Com um contexto que dificulta denúncias e procedimentos de apoio à vítima, a aprovação do PL 1904 transformaria essas meninas em homicidas. Nosso país não está preparado para esse tipo de medida contra o aborto”, afirmou Padrão.
Cássia Kiss: Apoio ao PL 1904
Em contrapartida, a atriz Cássia Kiss, conhecida por seu apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, defende a aprovação do Projeto de Lei 1904. Em um vídeo para uma instituição católica, Kiss comparou o sofrimento de um feto abortado à dor de um infarto fulminante.
“Imagine um bebê no útero da mãe, com 5, 6, 7 ou 8 meses, recebendo uma injeção de cloreto de potássio diretamente no coração. A dor é comparável a um infarto fulminante. Precisamos parar isso imediatamente”, declarou Kiss.
Alane Dias: Contra o PL 1904
A ex-BBB Alane Dias também se posicionou contra a proposta, destacando os altos índices de abuso sexual em cidades como Manaus e Rio de Janeiro. Ela criticou o projeto por aumentar a penalização das vítimas de violência sexual.
“Os políticos deveriam focar nos números alarmantes de violência sexual que ocorrem diariamente no nosso país, ao invés de criminalizar as vítimas. A pena de um estuprador é de até 10 anos, enquanto, segundo esse projeto, a pena da vítima seria de 20 anos. Isso significa que a punição para a vítima seria maior que a do agressor”, afirmou Dias.
Juliano Cazarré: Favorável ao PL 1904
O ator Juliano Cazarré também expressou seu apoio ao Projeto de Lei 1904. Segundo Cazarré, o aborto, mesmo em casos de estupro, não resolve o crime e pode adicionar mais trauma à vida da mulher.
“Todo aborto é o assassinato de um inocente. Mesmo nos casos mais extremos, como por exemplo um estupro, o assassinato da criança não apaga o crime, não vai fazer com que aquele trauma vá embora e, na maioria das vezes, é apenas mais um trauma na vida de uma mulher já traumatizada”, disse Cazarré.
Conclusão
O debate em torno do Projeto de Lei 1904 revela uma profunda divisão de opiniões sobre o aborto no Brasil. As posições das celebridades refletem uma ampla gama de preocupações, desde a proteção dos direitos das mulheres até a defesa da vida desde a concepção. Este intenso embate evidencia a importância e a sensibilidade do tema.
A sociedade continua a buscar um consenso sobre esse assunto crucial, que impacta diretamente os direitos e a saúde das mulheres. A discussão em torno desse projeto ressalta a necessidade de um diálogo inclusivo e informado, onde todas as vozes sejam ouvidas e consideradas.
Além disso, esse debate sublinha a relevância do voto consciente na eleição de representantes que realmente reflitam as diversas perspectivas da população. A aprovação ou rejeição de propostas como a PL 1904 pode ter consequências profundas e duradouras, reforçando a importância de eleger líderes que compreendam e respeitem a complexidade das questões sociais e de saúde que enfrentamos.
Fonte: www.meionews.com / Imagem: divulgação
