Índia e China lideraram entre os países mais industrializados do G20, com médias semanais de trabalho de cerca de 47 e 46 horas, respectivamente.
Redator: Eraldo Costa
As jornadas de trabalho variam amplamente entre os países do G20, destacando diferenças significativas nas médias semanais de horas trabalhadas. A Índia lidera o ranking com uma média de 46,7 horas semanais, enquanto o Brasil ocupa a 11ª posição com 39 horas por semana, de acordo com dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Brasil e a discussão sobre a jornada de trabalho
No Brasil, uma média de 39 horas semanais é considerada uma das mais altas entre as economias mais desenvolvidas e emergentes do G20. Essa realidade motiva propostas legislativas, como a emenda à Constituição encabeçada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), que busca reduzir a carga horária semanal de 44 para 36 horas. A proposta já obteve 194 assinaturas, superando o mínimo necessário para tramitação no Congresso.
Jornadas mais curtas e mais longas no G20
Enquanto o Brasil figura com uma jornada específica, países como o Canadá, a Austrália e a Alemanha têm médias de 32,1, 32,3 e 34,2 horas semanais, respectivamente, as menores do grupo. Na outra ponta, além da Índia, a China apresenta uma jornada elevada de 46,1 horas semanais.
Impactos e Impactos
A OIT ressalta que a carga horária adequada é crucial para o bem-estar dos trabalhadores, influenciando diretamente suas condições de vida. A proposta de Erika Hilton visa atender a essa preocupação, mas enfrentada no Congresso, com críticas de que a redução pode afetar a produtividade e os negócios, especialmente os pequenos.
Efeitos imprevisíveis
Experiências de outros países industrializados mostram que a redução de horas de trabalho pode ter efeitos variados. Em algumas nações com jornadas menores, como a Alemanha e a Austrália, a produtividade é alta, mas esses países possuem uma infraestrutura robusta e políticas de apoio que facilitam essa transição. No Brasil, especialistas e parlamentares, como Hugo Motta e Gilson Marques, destacam que a redução pode afetar a competitividade, restringir o livre comércio e diminuir a produtividade, dificultando a adaptação do setor produtivo nacional.
O debate sobre o equilíbrio entre qualidade de vida e produtividade econômica permanece em aberto, com o Brasil buscando aprender com as lições de outras economias realizadas para evitar impactos negativos em sua própria estrutura econômica.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br / Imagem: