Agentes compartilham coletes por falta de equipamentos
Medida foi orientada aos agentes depois que vários equipamentos atingiram o prazo máximo de validade no último fim de semana. Em meio a um cenário preocupante, a Polícia Militar do Estado de São Paulo enfrenta uma escassez alarmante de coletes balísticos, o que tem levado batalhões a adotarem o revezamento de equipamentos entre os policiais. A prática, embora emergencial, tem despertado críticas internas e gerado insegurança entre os agentes.
Batalhões no interior e capital relatam prática de compartilhamento
Policiais militares de cidades como Campinas, Guarulhos e Ribeirão Preto confirmam que estão sendo orientados a dividir os coletes ainda válidos com outros colegas. O desconforto não é apenas operacional. Reclamações quanto à higiene e inadequação dos tamanhos são recorrentes, o que afeta diretamente a eficiência do equipamento de proteção.
Impactos vão além da segurança física
Além da exposição ao risco em serviço, a falta de coletes pessoais impede os policiais de participarem da Operação Delegada, um programa que permite patrulhamento extra com compensação financeira. A ausência do colete também impede o uso gratuito do transporte público, outro direito prejudicado pela falha na distribuição dos EPIs.
Promessa oficial: 17 mil novos coletes estão a caminho
A Secretaria de Segurança Pública informou que 17 mil novos coletes foram adquiridos e serão distribuídos em breve. A promessa é atender todo o efetivo operacional, além de formar uma reserva técnica. O governo estadual garante que nenhum policial será obrigado a trabalhar com coletes vencidos.
Raiz do problema
A substituição dos coletes deveria ser prevista com antecedência, já que a validade dos equipamentos varia de cinco a seis anos. No entanto, a SSP não explicou por que a compra não foi feita a tempo, gerando dúvidas sobre a eficiência da gestão logística.
Processo de compra foi marcado por atrasos e questionamentos
Em setembro do ano passado, a PM iniciou um processo licitatório para adquirir 14 mil coletes. Entretanto, o trâmite foi alongado devido a contestações de empresas participantes. A vencedora, uma empresa francesa, ainda não teve o valor da compra revelado. As disputas incluíram debates sobre certificações técnicas e condutas éticas de fornecedores.
Uso do colete salvou policial durante confronto na Cracolândia
A importância do colete balístico ficou evidente em janeiro deste ano, quando um policial foi atingido em serviço e sobreviveu graças ao equipamento. A ocorrência foi usada em treinamentos internos como exemplo claro da diferença entre a vida e a morte. Ainda assim, de janeiro a fevereiro, dez policiais foram feridos e um morreu em serviço no estado.
Equipar a polícia é proteger a sociedade
A escassez de coletes balísticos na Polícia Militar de São Paulo acende um alerta sobre a gestão dos recursos de segurança pública. Além de afetar diretamente a proteção dos agentes, compromete direitos e atividades complementares essenciais. O caso evidencia a urgência de maior planejamento, transparência e responsabilidade na condução de processos licitatórios voltados à segurança dos que protegem a população.
Fonte: www.metropolis.com.br / www.globo.com.br / Redação /Imagem: Reprodução