Javier Milei deve embarcar para Roma na quarta-feira, 23 de abril, para participar das cerimônias fúnebres no Vaticano, ao lado de outros líderes mundiais.
O presidente da Argentina, Javier Milei, decretou nesta segunda-feira, 21 de abril de 2025, sete dias de luto nacional em homenagem ao Papa Francisco. A informação foi confirmada pelo porta-voz oficial do governo, Manuel Adornoi. A decisão, segundo o governo, reconhece a importância espiritual, social e histórica do pontífice para o povo argentino e para a Igreja Católica no cenário internacional.
Reaproximação e respeito após divergências

Em sua manifestação pública, Milei expressou pesar pela morte de Jorge Mario Bergoglio, destacando que, embora existissem diferenças ideológicas, “essas hoje parecem menores”. O presidente ainda ressaltou que conhecer o Papa pessoalmente foi “uma honra”, elogiando sua bondade e sabedoria. A declaração foi compartilhada em sua conta na plataforma X, marcando um gesto público de reconciliação após críticas passadas.
Durante a campanha presidencial de 2023, Milei havia adotado uma postura crítica em relação a Francisco. No entanto, após assumir o cargo, suavizou seu discurso. Em fevereiro de 2024, ele se encontrou com o pontífice no Vaticano, em uma reunião descrita como respeitosa e cordial, evidenciando uma mudança significativa no relacionamento entre os dois líderes.
Papa Francisco: símbolo argentino com impacto global
Natural de Buenos Aires, o Papa Francisco foi o primeiro pontífice latino-americano e também o primeiro jesuíta a liderar a Igreja Católica. Seu papado, iniciado em 2013, foi marcado pela defesa dos pobres, pela promoção da justiça social e por uma atuação diplomática ativa em conflitos internacionais. Francisco construiu pontes entre religiões, denunciou a desigualdade e abraçou causas ambientais.
Seu impacto se estendeu por toda a América Latina, onde a maioria da população segue a fé católica. Sua morte, anunciada na manhã de 21 de abril pelo Cardeal Kevin Farrell, camerlengo do Vaticano, provocou reações imediatas de líderes globais, que reconheceram sua contribuição à paz e à dignidade humana.
Líderes globais se manifestam e destacam o legado do Papa
O falecimento do Papa Francisco comoveu autoridades de diversos países. O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a humanidade perde uma voz respeitada, “comprometida com os mais pobres”. Já o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, o descreveu como um líder com “clareza moral, coragem espiritual e compaixão ilimitada”.
Na Argentina, país majoritariamente católico, o decreto de luto nacional evidencia a relevância do Papa para a sociedade, mesmo entre aqueles com visões políticas distintas. A população reagiu com pesar à notícia, que chegou no contexto das celebrações de Páscoa, trazendo comoção às famílias e comunidades religiosas.
Relação com a Igreja argentina e expectativas para as homenagens
Apesar do gesto de Milei, parte da hierarquia católica no país ainda mantém reservas quanto às políticas econômicas de seu governo. Bispos expressaram críticas públicas em diferentes ocasiões. Ainda assim, o gesto presidencial de decretar luto oficial é visto como uma sinalização de respeito à figura de Francisco e à memória de seu legado.
Segundo fontes próximas ao governo, Milei deverá embarcar para Roma na quarta-feira, 23 de abril, para participar das cerimônias fúnebres no Vaticano, ao lado de outros líderes mundiais. Os preparativos para os eventos seguem em andamento, e o mundo aguarda o próximo capítulo na sucessão papal.
Fonte: CNN em edição / Redação: Eraldo Costa / Imagem Divulgação