No caso Bruna Silva, a tecnologia ajudou a identificar o suspeito, que foi encontrado morto na Zona Sul de São Paulo, surpreendendo a polícia.
A inteligência artificial (IA) transforma a investigação criminal no Brasil. Por meio da fenotipagem por DNA, peritos geram retratos falados a partir de vestígios biológicos, como cabelo ou sangue. Essa técnica, aliada à IA, prevê traços físicos, como cor dos olhos e formato do rosto. Assim, casos sem testemunhas ou imagens claras ganham novas perspectivas. No entanto, a tecnologia exige regulamentação para garantir uso ético.
IA na prática: Caso Bruna
Em São Paulo, a IA foi decisiva na investigação do assassinato de Bruna Oliveira da Silva, estudante de 28 anos da USP. Encontrada morta em 17 de abril de 2025 na Zona Leste, a vítima foi abordada perto da estação Itaquera, conforme câmeras de segurança. Vestígios, incluindo um sutiã, permitiram análises genéticas. Com IA, a Polícia Civil refinou imagens e identificou Esteliano José Madureira, de 43 anos.
Suspeito é achado morto na Zona Sul
No entanto, o corpo de Esteliano José Madureira foi encontrado na noite de quarta-feira (23), estava coberto por uma lona azul Com mais de dez lesões pelo corpo, provavelmente provocado por faca, o suspeito tinha sinais de tortura e estava com as pernas amarradas por um pano branco e vermelho.
De acordo com o boletim de ocorrência, a suspeita é a de que ele tenha sido assassinado em outro local e depois levado e abandonado na avenida. A Polícia Civil procura câmeras de segurança para tentar identificar quem o matou.
Fenotipagem por DNA: Como funciona
A fenotipagem por DNA analisa marcadores genéticos (SNPs) para estimar características físicas. Desenvolvida pela UFRGS e Polícia Federal, a técnica já é usada em casos reais. Além de identificar suspeitos, ajuda a reconhecer vítimas irreconhecíveis. Contudo, a precisão depende de bancos genéticos robustos, ainda limitados no Brasil.
Desafios jurídicos e éticos
Apesar do potencial, a fenotipagem por DNA enfrenta obstáculos. A ausência de leis específicas questiona a validade jurídica dos retratos gerados. Especialistas alertam para riscos de vieses e impactos na privacidade. Portanto, o Brasil precisa de diretrizes claras para integrar ciência e segurança pública de forma responsável.
Futuro da perícia criminal
A combinação de IA e genética forense posiciona o Brasil como referência em inovação. Desde que aplicada com rigor ético, a tecnologia pode acelerar investigações e salvar vidas. Assim, a perícia brasileira entra em uma nova era, equilibrando ciência e justiça, a tecnologia segue ganhando espaço no cenário da segurança pública. O Brasil caminha para se tornar referência na integração entre ciência forense e inovação tecnológica, desde que os avanços ocorram de maneira ética e juridicamente responsável.
Fonte: www.stm.jus.br / Editor: Eraldo Costa / Imagem: Divulgação