NOVO HORIZONTE – Usina de Furnas, da Eletrobras: ações da empresa ofertadas na bolsa – (//Divulgação)
Autor: Eraldo Costa
O recente colapso energético em São Paulo, exemplificado pelo Apagão da Enel (Entidade Nacional de Eletricidade) ou Eneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), juntamente com a greve na SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), lançaram intensos holofotes sobre a vulnerabilidade do sistema das empresas privatizadas e de capital aberto no Brasil, incluindo pesos pesados como a Petrobras. Esses incidentes destacaram uma questão crucial: a qualidade dos serviços prestados por essas empresas. A busca por lucros dos acionistas muitas vezes parece sobrepujar a prioridade de fornecer serviços confiáveis à população, seja por meio dos altos valores nas contas de energia e água, ou nos preços dos combustíveis.
Desafios nos Serviços Prestados: O episódio do Apagão da Enel não apenas provocou interrupções significativas no fornecimento de energia, mas também questionou a confiabilidade das empresas privatizadas. Ademais, a greve na SABESP, empresa mista de capital aberto, realçou o panorama desafiador, apontando para os riscos de serviços precários oferecidos por essas empresas.
O Papel das Empresas de capital aberto na Economia: Empresas semi-privatizadas, tais como a Petrobras e a SABESP, têm o potencial de alterar drasticamente a economia de uma cidade ou região, visando, em grande parte, lucros para acionistas. Sua influência nos preços e serviços pode representar um desafio econômico considerável para a população, apontando para a necessidade de equilibrar interesses financeiros com o bem-estar coletivo.
A Urgência dos Municípios em Investir em Energias Renováveis: A crescente necessidade de investimentos em energias renováveis, como solar e eólica, em regiões propícias, se torna mais evidente. Essa transição não apenas garante um fornecimento energético mais estável, mas também reduz o impacto ambiental, sublinhando a importância de uma abordagem sustentável e confiável para atender às demandas crescentes de energia elétrica. Com a iminente migração da indústria automobilística para veículos elétricos, a malha energética atual se encontra despreparada para essa transição, gerando desafios adicionais. Diante desse cenário, os municípios têm o dever de antecipar-se a esses novos desafios energéticos, priorizando e ampliando seus investimentos em fontes de energia renovável.
Os municípios têm um papel crucial na transição para fontes de energia mais sustentáveis. Eles podem e devem investir em tecnologias energéticas limpas por vários motivos:
- Independência Energética: Ao investir em energias renováveis, os municípios podem reduzir a dependência de fontes de energia tradicionais e muitas vezes poluentes, promovendo uma maior independência energética.
- Redução de Custos: O investimento em energia solar, eólica ou outras fontes renováveis pode diminuir os custos a longo prazo, além de reduzir a vulnerabilidade a flutuações nos preços de energia.
- Impacto Ambiental Positivo: As energias renováveis têm um impacto ambiental muito menor em comparação com as fontes tradicionais de energia. Investir nesse setor é uma forma de reduzir a pegada de carbono e ajudar na luta contra as mudanças climáticas.
- Geração de Empregos Locais: A implantação de infraestruturas de energia renovável pode gerar empregos locais, desde a instalação e manutenção de painéis solares até o desenvolvimento de projetos de energia eólica.
- Atração de Investimentos e Desenvolvimento Local: Municípios que investem em energias renováveis podem tornar-se mais atrativos para investidores e empresas que buscam locais comprometidos com a sustentabilidade.
Portanto, os municípios não apenas podem, mas é altamente benéfico que invistam em tecnologias energéticas sustentáveis para promover o desenvolvimento local, reduzir custos, impactar positivamente o meio ambiente e contribuir para a transição energética do país.
Conclusão: O cenário exposto pelo Apagão da Enel e a greve na SABESP revela a fragilidade dos serviços de empresas privatizadas no Brasil. O foco no lucro muitas vezes se sobrepõe à prestação de serviços de qualidade para a população. A necessidade de equilibrar os interesses financeiros com a prestação de serviços confiáveis é evidente. A transição para carros elétricos, juntamente com uma revisão das práticas das empresas semi-privatizadas, pode representar uma mudança significativa na economia, na prestação de serviços e na eficiência energética do país.
Fonte: Equipe Guarulhos em Foco