Na Política, amigos e inimigos são transitórios: Direita adere a mandatos coletivos após criticar a ideia da esquerda
Autor: eraldo Costa
Na política atual, a máxima de que “não há amigos eternos nem inimigos definitivos” nunca foi tão verdadeira. Partidos da direita e centro-direita, assim como suas contrapartes da esquerda, estão adotando candidaturas compartilhadas. Esta tendência surge após intensas discussões com legendas de esquerda e centro-esquerda, que já haviam iniciado a prática de mandatos coletivos nas eleições para a Câmara Municipal de São Paulo.
Mandatos coletivos: Estrutura e regras
Os mandatos coletivos permitem que um grupo de candidatos se una em uma única candidatura. No entanto, como essa prática ainda não é regulamentada por lei, cada candidatura deve indicar um titular que será o único responsável perante a Justiça Eleitoral. Esse titular tem o direito de votar, enviar informações e participar das sessões caso seja eleito, o que traz um novo desafio para a legalidade do modelo.
Novas candidaturas dos partidos
Coletivo Renovação do PP
O Coletivo Renovação, uma iniciativa do PP, emergiu a partir de um grupo ligado ao ex-deputado estadual Campos Machado, falecido em janeiro. Esta candidatura é composta por oito membros e liderada por Celso Silvino, que atuou como coordenador político de Machado. A ex-deputada Janaína Paschoal destacou em suas redes sociais que este é o “primeiro coletivo de direita do Brasil”.
Republicanos e suas Candidaturas Coletivas
O Republicanos, vinculado à Igreja Universal, lançou três coletivos na capital: Coletivo 011, Zito União Taxistas e Coletivo Pastora Lilian Alves. Claudia Baronesa, mãe do funkeiro MC Gui e ex-participante de reality shows, é a representante do Coletivo 011. Em suas campanhas, ela e seu filho têm abordado questões urbanas, como a situação da Cracolândia.
União Brasil e A Voz dos Esquecidos
O União Brasil criou um coletivo de dez mulheres denominado A Voz dos Esquecidos. Esse grupo, voltado para ações nas comunidades de São Paulo, é liderado por Edilene Lura, professora da favela de Heliópolis, que está envolvida em projetos sociais na região.
Críticas e controvérsias
Apesar da nova abordagem, os mandatos coletivos enfrentam críticas. O vereador Rubinho Nunes, filiado ao União Brasil, descreveu essas candidaturas como uma “anomalia política”. Em 2021, ele tentou derrubar dois mandatos coletivos do PSol, questionando a legalidade desse modelo inovador.
Coligações e estratégias de campanha
Os partidos que agora estão apostando nos mandatos coletivos formam uma coligação na campanha pela reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Essa aliança é apresentada como parte de uma “frente ampla” para contestar a candidatura do deputado federal Guilherme Boulos (PSol), que representa a esquerda.
Remodelagem significativa no cenário político
A crescente popularidade dos mandatos coletivos em São Paulo reflete uma mudança significativa no cenário político. À medida que partidos de diferentes espectros políticos adotam essa estratégia, a dinâmica das eleições de 2024 promete ser ainda mais complexa e competitiva. O impacto das candidaturas coletivas, no entanto, ainda está por ser totalmente avaliado.
Fonte: www.metropoles.com / Imagem: Banco de dados freepk