Resultado coloca o país na vice-liderança de um ranking que inclui 53 nações
Autor:Eraldo Costa
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou um crescimento de 1,4% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre de 2024, superando as expectativas do mercado. Este resultado coloca o país na vice-liderança de um ranking que inclui 53 nações, onde o Peru se destaca com um aumento de 2,4%.
Indústria como motor do crescimento
Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP) e primeiro vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), enfatizou a relevância do setor industrial para o crescimento econômico. Segundo ele, a indústria tem um fator de multiplicação significativo, gerando R$ 2,44 para cada R$ 1,00 produzido.Apesar de ter impulsionado a economia com um incremento de 1,8%, a indústria de transformação enfrenta dificuldades que resultaram na diminuição de sua participação no PIB. Cervone destacou que a falta de políticas eficazes nas últimas quatro décadas tem sido um obstáculo para o desenvolvimento do setor. “Medidas prejudiciais à manufatura continuam sendo adotadas”, alertou.
Desafios para a Indústria
Um dos principais desafios citados por Cervone é o recente projeto de lei que aumenta as alíquotas da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e do imposto sobre a renda retido na fonte sobre os juros do capital próprio. Além disso, a desoneração da folha de pagamentos, que foi cancelada após 13 anos, impactará negativamente 17 segmentos, a maioria deles industriais, sem uma solução alternativa para reduzir os custos trabalhistas.A competição desleal com produtos de plataformas internacionais de e-commerce também é uma preocupação. Essas plataformas pagam apenas 20% do Imposto de Importação para encomendas de até US$ 50, um valor bem inferior ao que as empresas brasileiras enfrentam.
Impactos das novas medidas
Entre as decisões recentes que prejudicam a indústria, estão a tributação das subvenções para investimento e custeio, que pode resultar em perdas de R$ 25,9 bilhões, e a limitação temporal ao aproveitamento de créditos tributários federais, com perdas estimadas em R$ 24 bilhões.Cervone ponderou que essas medidas limitam o impacto de iniciativas como a Nova Indústria Brasil (NIB) e a Depreciação Acelerada, antes mesmo que possam apresentar resultados efetivos. Para ele, o crescimento do PIB no segundo trimestre demonstra que o fomento ao setor industrial, que não tem recebido a devida prioridade no país, é essencial para um crescimento econômico mais robusto e sustentado.
Brasil em comparação internacional
Com a alta de 1,4% no PIB, o Brasil empatou em segundo lugar com a Arábia Saudita e a Noruega, de acordo com a classificação elaborada pela Austin Rating. O ranking dos melhores resultados mundiais do PIB é o seguinte:
- Peru: 2,4%
- Brasil, Arábia Saudita, Noruega: 1,4%
- Irlanda: 1,2%
- Holanda: 1%
- Indonésia: 0,9%
- Croácia, Espanha, Japão, Sérvia, Tailândia: 0,8%
- China, Chipre, Estados Unidos, Malásia, Lituânia: 0,7%
- Dinamarca, Reino Unido: 0,6%
- Bulgária, Canadá, Filipinas, Polônia: 0,5%
- Cingapura, Eslováquia, Islândia, Hong Kong: 0,4%
O Brasil superou a média de crescimento dos 53 países do ranking, que foi de 0,5%, e também se destacou em relação ao grupo Brics, que teve uma expansão média de 1,1%.
Nova Indústria Brasil (NIB)
O crescimento do PIB brasileiro no segundo trimestre destaca a importância crucial do setor industrial para a economia. No entanto, os desafios enfrentados pela indústria, juntamente com medidas governamentais desafiadoras, exigem atenção urgente para garantir um futuro próspero e sustentável. Priorizar o apoio à indústria é essencial para alcançar um crescimento econômico robusto e duradouro.
“Esse conjunto de medidas limita os impactos de políticas públicas como a Nova Indústria Brasil (NIB) e a Depreciação Acelerada, antes mesmo de começarem a apresentar resultados”, pondera Cervone. Para ele, “o PIB do segundo trimestre demonstrou que o incentivo ao setor, que não tem sido priorizado no país, é fundamental para um crescimento econômico mais robusto e sustentado.”
Fonte: Lupacom Comunicação / Imagem Divulgação