Dados da reportagem consideram resultados das urnas no 1º e no 2º turno; na imagem, ilustração de urna eletrônica e logo de partidos.
Partidos de centro conquistam 63% prefeituras tendo influência política em mais de 3.600 municípios.
Autor: Eraldo Costa
Acendendo um sinal de alerta para as próximas eleições presidenciais em 2026
Nas eleições municipais de 2024, o bloco político do Centrão garantiu o domínio de 63% das prefeituras no Brasil, acendendo um sinal de alerta para as próximas eleições presidenciais em 2026. Esse avanço revela a expansão da influência da direita, agora presente em legendas de centro, e indica uma ampla rede de apoio em municípios de todo o país.
Força do Centrão nas Prefeituras
Os principais partidos do Centrão, como PSD, MDB, PP e União Brasil, conquistaram um número significativo de prefeituras. O PSD lidera com 891 municípios, seguido pelo MDB com 864, o PP ficou com 752., e o União Brasil com 591. Em cidades de grande porte, o PSD está à frente, administrando capitais como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Luís e Florianópolis. A estrutura capilar do Centrão nesses municípios fortalece a presença do grupo no cenário político, o que pode influenciar os rumos das eleições nacionais de 2026.
Fundo eleitoral: A arma do centrão
O uso do Fundo Eleitoral, que em 2024 destinou R$ 4,9 bilhões para campanhas, foi um diferencial importante para o desempenho do Centrão. Criado para substituir o financiamento empresarial, o fundo se tornou uma peça “central” para o centrão nas campanhas, beneficiando partidos que souberam utilizá-lo estrategicamente. O PL, por exemplo, gastou R$ 329 milhões a mais que o PT e dobrou seu número de prefeitos eleitos, ficando com 517 contra 252 prefeitura conquistadas pelo PT
Impacto no Governo Federal
O crescimento do Centrão nas prefeituras reforça seu peso junto ao governo federal. Atualmente, MDB, União Brasil e PSD possuem três ministérios cada um na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto PP e Republicanos têm dois ministros em cargos estratégicos, mesmo sem participação formal no governo. A influência do bloco pode afetar pautas de interesse do Executivo, especialmente em um contexto de eleições polarizadas.
Perspectiva para 2026: sinal de alerta para extremos
As eleições municipais de 2024 no Brasil, marcadas pelo domínio do Centrão, revelam uma nova configuração política que coloca em alerta tanto a direita quanto a esquerda, especialmente as correntes mais extremas. a fotografia traz implicações estratégicas para a próxima eleição presidencial em 2026.
Esse fortalecimento gera um efeito de “sinal amarelo” para os polos ideológicos, que precisam repensar sua mobilização e articulação, especialmente considerando o impacto da capilaridade do Centrão, que passa a ter acesso direto ao eleitorado local. Com isso, tanto a direita quanto a esquerda podem enfrentar maiores dificuldades em projetar uma agenda nacional sólida sem o apoio das bases municipais. Isso se torna particularmente relevante para a corrida de 2026, pois o Centrão possui capacidade de mobilização que pode favorecer um candidato de centro, moderado e apoiado por forças locais.
Por fim, a performance do Centrão não só representa um fortalecimento da “terceira via” como desafia os polos a reajustarem suas estratégias para competir com essa base sólida e abrangente, o que faz do Centrão um agente central para a definição do futuro político no Brasil.
Fonte Atualização: Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgados em 29 de outubro confirmam o domínio do Centrão nas prefeituras.
Fonte: www.noticias.uol.com.br / Imagem STE