Lira opta pela neutralidade, ou “lava as mãos?”, com a frase: “Não estou garantindo nem rejeição nem aprovação”.
O clima de urgência no Congresso se intensifica com a proximidade do recesso parlamentar. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), confirmou que as votações do pacote fiscal e da regulamentação da reforma tributária ocorrerão ainda nesta terça-feira (17.dez.2024). No entanto, o tom adotado foi de prudência: “Não estou garantindo nem rejeição nem aprovação. Estamos discutindo, dialogando”, afirmou.
A postura de Lira podem ser vistas como uma tentativa de se eximir de responsabilidades, semelhante ao ato de “lavar as mãos”. de Pilatos. Essa abordagem pode ter suas vantagens e desvantagens, dependendo do contexto político e das expectativas do público.
Decisão ou neutralidade?
A postura de Lira, ao mesmo tempo diplomática e ambígua, abre espaço para diferentes interpretações. De um lado, ele assume o papel de mediador ao manter o diálogo entre as partes. De outro, a ausência de um posicionamento firme pode ser vista como hesitação em um momento crucial para o país.
A frase de Lira — “não estou garantindo nem rejeição nem aprovação” — reflete a complexidade das negociações políticas.
Evitando Compromisso : Ao afirmar que não garante nem rejeitações, Lira se coloca em uma posição de neutralidade. Isso pode ser visto como uma forma de evitar um compromisso que poderia resultar em críticas, responsabilidade ou consequências políticas.
Isenção de Responsabilidade : A expressão “estamos discutindo, dialogando” sugere que ele está mais interessado em manter o debate aberto do que em tomar uma decisão firme. Essa abordagem permite que ele se distancie da responsabilidade direta por qualquer resultado, semelhante ao comportamento de Pilatos, que se decidiu a ser o responsável pela notificação de Jesus.
O ajuste fiscal em foco
O ajuste fiscal é uma das prioridades do Congresso e do governo para 2025. As propostas buscam conter o déficit público, sinalizar responsabilidade fiscal e recuperar a confiança do mercado. Entre os principais mecanismos, destaca-se a restrição ao uso de créditos tributários em casos de déficit fiscal.
Para o governo, a aprovação das medidas é fundamental para garantir um cenário econômico mais estável no próximo ano. Enquanto isso, as negociações seguem intensas entre os parlamentares para alinhar os interesses políticos e técnicos.
Projetos na pauta de votação
Entre os textos que devem ser apreciados ainda nesta terça-feira, estão:
- PLP 68/2024: Regula pontos cruciais da reforma tributária aprovada anteriormente;
- PL 3817/24: Estabelece uma tributação mínima de 15% sobre lucros de multinacionais;
- PL 4870/24: Cria a Política Nacional de Visitação às Unidades de Conservação;
- PLP 210/24: Autoriza o governo a limitar créditos tributários em caso de déficit fiscal.
Segundo Lira, após a votação do PLP 210/24, haverá uma nova reunião com os líderes partidários para debater possíveis ajustes no mérito das propostas.
Urgência com o recesso se aproximando
Com o recesso parlamentar cada vez mais próximo, a pressão para concluir as votações cresce. Para o governo, a aprovação das propostas representa um marco importante para a agenda econômica de 2025. Já para o Congresso, trata-se de equilibrar os interesses políticos com a necessidade de entregar resultados concretos.
Decisões de hoje impactam 2025
As escolhas feitas pelo Congresso neste momento terão reflexos diretos na estabilidade fiscal do país e no planejamento econômico do próximo ano. A postura cautelosa de Arthur Lira, entre a diplomacia e a indefinição, mantém a expectativa elevada. O desafio agora é conciliar diálogo com decisões firmes e ágeis, em um cenário que exige respostas claras e urgentes.
Fonte: www./istoe.com.br / Autor: Eraldo Costa / Imagem: Reprodução