Com apoio do PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao PL de Jair Bolsonaro, eles foram eleitos no sábado, 1º, com ampla votação
Congresso sob nova direção: Alcolumbre e Motta oficializam início dos trabalhos. O cenário político brasileiro viu, no sábado, 1º de fevereiro de 2025, a reeleição de Davi Alcolumbre à presidência do Senado e a ascensão de Hugo Motta à presidência da Câmara dos Deputados. Aos 35 anos, Motta se tornou o mais jovem a ocupar o cargo. Essas escolhas têm gerado reflexões sobre os rumos do Congresso e suas consequências para o país.
Davi Alcolumbre: A confiança do senado e a articulação política
Davi Alcolumbre, membro do União Brasil, partido de centro-direita com forte apoio do “Centrão”, foi reeleito presidente do Senado para o período de 2025 a 2027, obtendo 73 dos 81 votos. Sua trajetória, que inclui a presidência da Casa entre 2019 e 2021, reflete a confiança dos senadores em sua capacidade de negociar e manter a estabilidade no Congresso. Com um forte controle das articulações políticas, Alcolumbre se posiciona como um influente jogador na política brasileira.
Hugo Motta: A ascensão de uma jovem liderança com raízes no centrão
Hugo Motta, do Republicanos, é a jovem surpresa que, aos 35 anos, e com 444 votos, foi escolhido presidente da Câmara dos Deputados. Natural da Paraíba e com uma trajetória política marcada pela força de sua família, Motta possui uma habilidade notável para navegar entre diferentes alas políticas. Ele está alinhado com o governo, tendo votado majoritariamente com a base governista, mas também tem se aproximado da oposição, o que amplia sua influência no cenário político nacional.
Sua liderança, entretanto, ainda é uma incógnita para muitos parlamentares. Ao ser escolhido para o cargo, Motta contou com o apoio do então presidente da Câmara, Arthur Lira, do PP, que é amplamente visto como um político pragmático, alinhado com o fisiologismo que caracteriza o escopo político brasileiro. A aliança entre Motta e Lira reflete a continuidade das práticas do “Centrão”, onde interesses e acordos políticos predominam.
Perspectivas e impactos eleições 2026
A candidatura de Tarcísio de Freitas, atual governador de São Paulo e membro do Republicanos, ganha força com a eleição de Hugo Motta, também do partido, e pode ter grande impacto nas eleições de 2026. Freitas, que conta com o apoio da direita bolsonarista, surge como uma figura forte para a presidência, especialmente com a inelegibilidade de Bolsonaro. Ele compartilha com Motta a conexão com o “Centrão”, fortalecendo a estratégia de autonomia do Congresso e ampliando a influência política do Republicanos.
Além disso, a forte base do Republicanos, tanto em São Paulo quanto em outras regiões, pode consolidar o apoio eleitoral de Freitas. Seu sucesso dependerá da capacidade de formar alianças políticas e se posicionar como uma opção estável e viável para a corrida presidencial de 2026.
Sob nova direção
A reeleição de Davi Alcolumbre e a eleição de Hugo Motta para a presidência do Senado e da Câmara dos Deputados refletem um fortalecimento do Congresso Nacional e sua crescente autonomia em relação ao Executivo, especialmente nas questões de orçamento e reformas. Essa autonomia tem o potencial de influenciar as eleições gerais de 2026, pois ambos os parlamentares pertencem a partidos que se alinham ao espectro da direita política no Brasil, com o União Brasil sendo um partido de centro-direita e o Republicanos sendo um partido de direita.
Fonte: www.gazetadopovo.com.br / Redator: Eraldo Costa / Imagem: Divulgação