Walter Salles, diretor de ‘Ainda Estou Aqui’, se tornou o terceiro diretor de cinema mais rico do mundo
A trajetória de uma das famílias mais ricas do Brasil.
A família Moreira Salles é sinônimo de influência e poder no Brasil. O patriarca, Walther Moreira Salles (1912-2001), construiu um império financeiro e sempre deixou claro que seus filhos teriam liberdade para seguir seus próprios caminhos. “Eu ganhei dinheiro para que eles possam fazer o que quiserem”, costumava dizer. O resultado? Uma fortuna que continua crescendo e se expandindo para diferentes setores.
Atualmente, quatro dos filhos de Walther figuram entre as 12 pessoas mais ricas do Brasil: Fernando, Pedro, João e Walter Salles Jr. Este último, cineasta de renome internacional, é responsável por obras como Central do Brasil e Diários de Motocicleta e se consolida como um dos melhores cineastas do mundo, levando o Oscar para o Brasil com seu filme Ainda Estou Aqui.
O impacto de Ainda Estou Aqui no cinema brasileiro
Dirigido por Walter Salles Jr., Ainda Estou Aqui venceu o Oscar de Melhor Filme Internacional em 2025, um feito inédito para o Brasil. A produção, baseada no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, retrata a história de uma família durante a ditadura militar, trazendo uma narrativa intensa e emocionante. O reconhecimento da Academia colocou o cinema brasileiro em destaque global, abrindo portas para futuras produções nacionais.
A fortuna de Walter Salles
Embora seja amplamente conhecido por seu trabalho como cineasta, Walter Salles também faz parte de um dos maiores impérios financeiros do país. Herdeiro do Itaú Unibanco, sua fortuna está estimada em 4,2 bilhões de dólares, tornando-o o terceiro cineasta mais rico do mundo, atrás apenas de Steven Spielberg e George Lucas.
Os investimentos da família Moreira Salles
O sucesso financeiro dos Moreira Salles não se limita ao setor bancário. A família controla diversos investimentos estratégicos por meio da BW Gestão de Investimentos, que administra um patrimônio de aproximadamente R$ 54,1 bilhões. Entre os principais negócios estão:
- Itaú Unibanco: A família detém cerca de 33% das ações do banco, consolidando sua presença no setor financeiro.
- CBMM: Empresa que controla 70% do mercado mundial de nióbio, um metal essencial para diversas indústrias.
- Cambuhy Agrícola: Com 14.124 hectares em Matão (SP), investe na produção de laranja e cana-de-açúcar. Em 2024, expandiu suas operações para o Mato Grosso do Sul com um investimento de R$ 1,2 bilhão.
- Alpargatas: Desde 2017, a família também controla a empresa dona das icônicas sandálias Havaianas.
O domínio do nióbio
Um dos investimentos mais estratégicos dos Moreira Salles está no mercado de nióbio. Esse metal raro possui alta resistência e condutividade, sendo essencial para a produção de baterias, ligas metálicas e tecnologia de ponta. A CBMM, controlada pela família, detém 75% do fornecimento global desse material, garantindo uma posição de liderança no setor.
O legado cultural e empresarial
Além do sucesso financeiro, a família sempre esteve envolvida com a cultura e a arte. O Instituto Moreira Salles, por exemplo, é uma das mais importantes instituições de preservação da memória cultural brasileira. Walter Salles, por sua vez, optou pelo cinema como forma de expressão, construindo uma carreira sólida com filmes como Central do Brasil e Diários de Motocicleta.
O que esperar do futuro?
Com um Oscar na prateleira e um império financeiro em constante crescimento, a família Moreira Salles segue influenciando diferentes áreas no Brasil e no mundo. O reconhecimento de Walter Salles Jr. não apenas solidifica sua trajetória como cineasta, mas também reforça a importância do cinema brasileiro no cenário internacional. Resta aguardar os próximos capítulos dessa história de sucesso.
Fonte: www.bbc.com / Redator: Eraldo Costa / Imagem: Divulgação